Capítulo 22 - "Detention"
Capítulo 22 - "Detention"
Passado uma semana tudo voltara ao normal. O clima melhorou significativamente, os arranjos em estradas e infraestruturas começaram e, por assim dizer, a vida do grupo também avançou. Ashley e Kelly preparavam a viagem a Nova Iorque. Tinham alguns dias de folga e, juntando com férias por tirar, dava quase duas semanas. Andie increvera-se em vários papéis no teatro e, apesar da dificil conjugação de horários com a Academia e Robert, estava confiante que era desta vez que ficava com o papel principal. Já Robert não dividia o tempo apenas entre filmagens, como também no novo projeto. De Ethan e Claire pouco ou nada se sabia. As novidades não param por aqui. Ryan Cameron foi viver com Zac e, há a possibilidade de Kelly se juntar.
Caminhava Zac para a acolhedora casa do seu casal favorito, Robert e Andie, acompanhado pelo novo presente de ambos - de modo a felicita-lo (novamente) pelo seu aniversário - um adorável cachorro. Já ia no corredor quando o pequeno ladrou e Robert espreitou.
- Oh, já aí estás? - Saudou o britânico agachando-se e brincando com o cachorro.
- Sim, o Ryan deixou-me aqui à porta antes de ir para o teatro. - Instintivamente o outro revirou os olhos. Entraram para a cozinha, enquanto que o animal se deitou no tapete. - Devias tentar conhece-lo antes de colocar defeitos.
- Eu tentei. A opinião mantém-se.
- Não tentaste.
- Eu não acredito que estão a morar juntos!
- Continuas a achar que vai separar-te da Andie? - Robert não comentou, colocando as panquecas num prato. - Passado tanto tempo contigo não consegues ver que és tudo para ela?
Ouviram os passos da rapariga e, logo de seguida, cumprimentando o cachorro com largados elogios. Nem mais uma palavra foi dita, já os olhares, esses, disseram quase tudo.
- Olá, bom dia.
- Ei, como estás? - Cumprimentaram-se e sentaram-se os três à volta da mesa, começando a comer. O pequeno-almoço começou sendo a refeição sagrada. Um dos escassos momentos em que podiam estar os três. Ao jantar, nomeadamente às sextas, passavam a quatro. - Quando é que as raparigas foram?
- Há duas noites.
Enquanto caminhavam para a sala o cachorro correu para o seu novo e bonito dono. Zac pegou nele enchendo-o de mimos. - Meu Deus, és tão lindinho!
***
Nova Iorque parecia um sonho.
Milhões de pessoas, todas elas diferentes, com histórias e destinos também diferentes. Entre correrias, encontrava-se Kelly e Ashley, finalmente chegando a Manhattan. O percurso e o contacto com a nova família não foi fácil. Aliás, em termos legais, impossível. Ainda na Califórnia conseguiram contactar com o Grande Acolhimento, não expondo o objetivo do telefonema, e desde aí foram só revelações. A criança tinha sido adotada por um simpático casal que não conseguia ter filhos. Ashley conseguiu o contacto telefónico através de métodos não aprovados e conseguiu marcar um encontro.
Ali estavam. À entrada do grandioso Central Park.
- A minha irmã matava para estar aqui!
Rapidamente Ashley retorquio e ambas riram, em concordância. - Não, não matava! No outro dia apareceu uma aranhiça na cozinha. Ela só voltou para lá quando o Robert a matou e, confirmou.
Não foi preciso caminharem muito para ver o (possível) casal. Aí começaram os medos e inseguranças.
- Vá lá, Ashley! Não vais desistir agora. - Disse Kelly após a loira hesitar.
Abrandou o passo e ficaram frente-a-frente. - Se alguém descobre que tentei fazer isto... sou detida.
- Ninguém vai descobrir nada! É só uma vez! É o teu momento.
Estavam cada vez mais próximas e prontas para abordar o casal. Mas, de repente, viram uma criança pequenita, saindo por detrás do banco do jardim.
Aí, Ashley parou. E o seu coração quase saltou.
As memórias do dia que deu a própria filha para adoção. Sabia que tinha sido a escolha mais correta, no entanto, a culpa era algo inevitável. Contudo, era impossível não pensar naquele dia. Provavelmente o mais doloroso de sempre e, ao mesmo tempo, a sensação de alívio.
Lembrou-se que, antes do derradeiro, tinham estado a brincar num baloiço de jardim, muito animadas e, sem consciência. Os dias subsequentes foram terríveis.
- Nem todos têm coragem para fazer isto. Vamos.
Aproximaram-se. - Olá...
O casal levantou-se e cumprimentou as raparigas. - Ashley! Boa tarde. É um prazer conhecê-la.
A pequena, agora com 5 anos de idade, sorriu para a loira. - Olá, querida! Como tens passado?
- Então, não dás um beijinho à Ashley? É parecida contigo!
Riu-se e, embora desconfiada, abraçou a loira que lhe pegou, fixando rapidamente cada detalhe, como se fosse a última vez que iria vê-la. Na realidade, era. Ou supostamente. - Como te chamas?
- Mandy. - Disse baixinho e riu-se. Ashley sorriu também. O casal manteve o nome que a loira dera.
Milhões de sentimentos invadiram o coração que, outrora nada sentiu. Era perfeita. Sabia que estava bem entregue, que iria triunfar pelo mundo e que nunca lhe faltaria amor. Também trazia felicidade ao casal, isso viu-se logo.
Iria, anos mais tarde, aquela criança mulher, não compreender os motivos da própria mãe e, desejar arrependimento para toda a sua vida?
***
Os dias em Los Angeles passavam num abrir e fechar de olhos. Parece sempre que, com o Sol brilhando lá no alto, as pessoas andam mais felizes, com novos projetos em mente, mais sociáveis até.
Noutro jantar a quatro, ouviu-se a campainha. Ryan foi abrir, deparou-se com um agente da Polícia de LA. Mostrou imediatamente o crachá.
- Boa noite! Ahm... O Robert Pattinson está...?
O britânico dirijiu-se à entrada e reconheceu logo o amigo. Aliás, o primeiro que fez quando chegou à Califórnia. Atrás outro agente. Com boa cara não estavam. - Olá, Frank! O que fazes aqui? Hum, cheirou-te a lasanha?
Deu uma risada, mas o polícia nem um musculo facial moveu, continuando: - Ouve meu, odeio fazer isto, mas a Andie está?
E no momento em que este proferiu o sim, o outro polícia entrou. Frank baixou a cabeça. Zac e Andie já estavam de pé, na expetativa. Sacando das algemas, foi direito a Andie. Encostou-a ao sofá e algemou-a.
- Está presa pelo homicídio de Patrick Brown.
Apesar das tentativas inúteis dos rapazes, o polícia continuou informando a rapariga dos seus direitos. Manter-se calada. Tem o direito a um advogado. O Estado poderá fornecer-lhe um.
Depois levou-a pelas escadas abaixo, deixando todos perplexos. Zac e Ryan também desceram, tentando acompanhar a situação e, tentar evitar o pior.
- Não, não podem fazer isto!
- Ela não fez nada!
Os momentos seguintes foram como se tivesse passado tudo em camara lenta. Sureal. Recapitulando tudo, vezes e vezes sem conta, sem nenhum fundamento.
Ainda no apartamento, Robert ficou calado olhando para Frank, como se por magia, conseguisse ler a sua mente. Pouco depois saiu sem mais nada dizer, aliás, não havia algo a dizer.
Não podem perder os próximo capítulos!
Boa Páscoa, boo boos.
um beijinho,
Annie ♥