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Tower of Writing

you will never guess her secret...

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Capítulo 20 - "I Was Made for Lovin' You"

Capítulo 20 - I Was Made for Lovin' You

 

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- É muito fácil dizerem... Esquece isso. Vais ficar bem. Tens 17 anos. Faz amigos. Sê social. Sai. Diverte-te. Diziam eles, como se fosse a coisa mais fácil do mundo. Ninguém imagina, ninguém percebe como é... Explicar que fui a única sobrevivente.

- Eu prometo-te - Liam respondeu logo de seguida, como se não pensasse noutra coisa, enquanto se aproximava da rapariga. - Não tens de explicar nada, nunca mais, a ninguém.

Ela sorriu. - Tudo teria sido mais fácil se tivesse morrido. Para mim, para a minha família... É a verdade. Não é que queira morrer, neste momento. Não quero. Mas... Há alguns dias, especialmente à noite, é muito complicado... Não consigo tirar o pensamento daquela sala... Tudo era mais simples... Se eu tivesse ido com eles... Os meus colegas. Mas tu... Tu pediste-me para ficar. Sem nunca tirares os olhos de mim, como se implorasses para ficar. Como se tivesses feito uma promessa própria...

- Talvez tenha feito.

- Mas as promessas são assustadoras...

- Como qualquer outro voto - Ele completou.

- Não me vou embora. Não quero ir - Ela disse, saindo-lhe do coração. Era óbvio que gostava de Liam, ele trouxe-a de volta à vida, como fazendo a sua promessa. Suspirou, continuando a explicar-se: - No momento em que parei de chorar... Parei de sentir. Não é como o Chad diz que eu não tenho sentimentos. Claro que tenho. Claro que fiquei feliz por ter entrado na faculdade e claro que adoro cachorrinhos. Detesto política. A diferença e, é o que o meu irmão, não percebe, é que...  Não mostro. Não posso. Nos meses a seguir ao massacre, fiquei muito exposta. Por isso, parei. De sentir. Já não tenho 17 anos. Como disse, naquela tarde, em tua casa... Tu... Tu fazes-me sentir em casa. Tu fazes-me sentir... Alguma coisa - Encolheu os ombros, inocente. Estava emocionalmente arrasada, mas não o mostrava. Não sabia se o silêncio de Liam era um bom ou mau sinal. - És o meu núcleo. O meu círculo. E, o Javier... A vossa amizade... Vocês juntos... Enchei-me de alegria... E esperança.

 - Obrigado, miúda.

- Às vezes dizes que sobrevivi por uma razão. Descobri essa razão. Tu - Ela concluiu, como se resumisse toda aquela conversa. - Eu sobrevivi por ti. Para te conhecer - A expressão de Liam mudou, não entendendo muito bem onde Alison queria chegar. Desta vez, precisava da sua explicação. - Acho que me conheces melhor do que eu própria... Então, sinto-me segura contigo. Tão segura... Que estou a contar-te isto. Não reviver, apenas contar, por que...

- Se tivesses a reviver...

- Os médicos, psicólogos, terapia, fizeram-me reviver... Contigo, estou apenas...

- A contar - Ele afirmou, finalmente percebendo.

 

***

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- Bom, isto é completamente louco. Compreendo que queiras sair já por aquela porta.

- Não quero.

- Eu quereria - Admitiu, com um riso nervoso. 

Alison empilhou as chávenas e os pratos. Mais ansiosa do que quando começou, e talvez um pouco transpirada. Aliviada. Acreditava que chegava a uma altura, na vida de cada pessoa, um momento inegável de mudança, um conjunto de circunstâncias que, de repente, alterou tudo. Alison já teve o seu, e partilhou-o com Liam. Foi a decisão acertada, consciente e necessária.

Estava apta para seguir em frente, verdadeiramente.

Quando ela o olhou, foi inesperadamente fácil para ela imaginar que todos os seus medos foram sem sentido. Que ele ia amá-la, sem se importar com o que lhe acabou de contar e que ele era um tipo de homem que a amou antes, e ia amá-la para sempre.

Ela percebeu tudo isto, só de olhar para ele.

- Obrigado por ouvires.

- Obrigado por partilhares - Levantou-se, seguido de Alison e aproximou-se, quase cedendo. Passou-lhe a mão pelo braço, cuidadosamente. - Não tens de te esconder... Eu amo-te, Alison...

Ela afastou-se. Soltou um "boa noite" e subiu as escadas. Pouco depois ouviu a torneira da casa-de-banho do primeiro andar abrir. Alison fora tomar um duche.

Deixou-se cair no sofá e passou as mãos pelo seu rosto. Respirou, com esforço, na emoção que o sufocava. Ficara pensativo.

Quando veio o silêncio, Liam também subiu para o primeiro andar. Parou em frente à porta do quarto de Alison, como se quisesse falar-lhe. Encostou-se à porta, e percebeu que chorava, entre soluços.

Mexia com ele não entrar de rompente pelo quarto de Alison e abraçá-la, mas não podia. Sabia que ela precisava do seu espaço.

Já deitado na sua cama, agradeceu à sua estrela da sorte, por também ter conhecido Alison. Lá fora, chovia. Voltou-se para o lado da janela, olhando para a tempestade e imaginando como Alison se sentiu, no meio da escuridão, das trevas, da dor.

 

 

Obrigado, obrigado!

Tem sido intenso, sem dúvida. Espero que estejam a gostar.

 

 

um beijinho,

Anna Williams.

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